Estudo revela que água da superfície está vazando para o centro da terra

Por séculos, o interior da Terra permaneceu imerso em mistério, uma vastidão inexplorada que desafia a curiosidade humana. A dificuldade de perfurar grandes profundidades, somada à intensificação das temperaturas, sempre impôs obstáculos significativos a essas investigações. No entanto, avanços recentes proporcionam uma visão mais clara das dinâmicas que ocorrem nas profundezas do nosso planeta, revelando segredos fascinantes sobre as diferentes camadas que compõem o núcleo terrestre.


As Camadas da Terra: Uma Jornada nas Profundezas

A litosfera, a faixa rochosa externa e fina, inicia a jornada nas entranhas da Terra, variando de 70 a 150 quilômetros de profundidade. Ao adentrar a astenosfera, uma fina camada do manto, percebemos a interação com o manto inferior, uma região ainda mais quente, estendendo-se por cerca de 400 quilômetros rumo ao centro do planeta. Mais profundamente, encontramos o núcleo externo, uma fusão líquida de ferro e níquel, situada entre 2900 e 5150 quilômetros de profundidade. E no ápice desse intrincado conjunto, o núcleo interno, sólido devido à intensa pressão, atinge a profundidade máxima de 6400 quilômetros, desempenhando um papel crucial na formação do campo magnético terrestre.


Água nas Profundezas: Uma Revelação Surpreendente

Além das camadas conhecidas, descobertas mais recentes revelam a existência de uma camada fina, localizada entre o manto e o núcleo externo. Uma equipe internacional de pesquisadores trouxe à luz uma compreensão mais profunda desse fenômeno intrigante. De acordo com suas pesquisas, a água presente na superfície terrestre está migrando em direção às camadas mais profundas, interagindo com o núcleo externo e formando uma película distinta. Essa descoberta, publicada na revista Nature Geoscience, sugere que esse processo ocorre ao longo de bilhões de anos, impulsionado pelos movimentos das placas tectônicas.

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Reações Provocadas pela Água no Núcleo Terrestre

Ao se aproximar do núcleo externo, a água desencadeia alterações significativas no material presente. Em experimentos conduzidos sob alta pressão, os pesquisadores observaram a formação de uma camada rica em hidrogênio e pobre em silício. Esse fenômeno levanta a possibilidade de outras reações, incluindo a formação de cristais nessa zona. O cientista Dan Shim, um dos autores do estudo, comenta: “Descobrimos que quando a água atinge o limite entre o núcleo e o manto, ela reage com o silício no núcleo, formando sílica.” Essas descobertas desafiam concepções anteriores sobre a troca de materiais entre o núcleo e o manto, apontando para uma interação mais dinâmica do que se pensava.


A compreensão das camadas internas da Terra é uma jornada contínua, repleta de surpresas e descobertas que ampliam nosso conhecimento sobre o planeta que chamamos de lar. A presença da água nas profundezas, sua interação com o núcleo terrestre e as reações resultantes abrem novas perspectivas sobre a dinâmica interna da Terra. À medida que os cientistas desvendam os mistérios das profundezas, somos lembrados da complexidade e da beleza do nosso planeta, continuamente revelando seus segredos para aqueles dispostos a explorar as fronteiras do conhecimento.

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