Um estudo liderado por Hans Eiberg da Universidade de Copenhagen, realizado em 2008, revolucionou a compreensão sobre a cor dos olhos. Este estudo sugere que a mutação que levou à cor azul dos olhos pode ser rastreada até um único ancestral que viveu entre 6.000 e 10.000 anos atrás.
A pesquisa, que se aprofundou no gene OCA2, revelou que este gene é crucial na produção de melanina, responsável pela pigmentação dos cabelos, pele e olhos. Uma mutação neste gene, ocorrida há milênios, reduziu a produção de melanina, transformando olhos castanhos em azuis.
Eiberg identificou que todos os indivíduos de olhos azuis compartilham uma “chave” genética no mesmo ponto do DNA. Esta mutação específica no gene regulador HERC2 resultou no primeiro ser humano com olhos azuis, diferenciando-se de outras variações de cores, como o cabelo ruivo.
Esta descoberta sugere que a colonização humana e a dispersão genética podem ter ocorridas de maneiras anteriormente desconhecidas, alterando nossa compreensão da evolução humana.
Eiberg considerou esta mutação como neutra em termos de evolução, exemplificando como a natureza experimenta com o genoma humano. Não aumenta nem reduz as chances de sobrevivência, mas reflete a constante evolução genética.
Pessoas de olhos azuis tendem a ter maior sensibilidade à luz, devido à menor quantidade de melanina, que também pode influenciar o risco de certas condições oculares, como a degeneração macular.
A descoberta de Eiberg abre uma janela fascinante para o nosso passado genético, oferecendo insights sobre como pequenas mutações podem ter grandes impactos na diversidade humana. Estas descobertas continuam a influenciar o estudo da genética e da evolução humana.